Essa é a foto do policial militar Ronaldo. Em 2003, ele levou um tiro nas costas numa operação realizada em favela do Rio de Janeiro. Ficou paraplégico. Perdeu também o controle das fezes e da urina. A foto mostra a quantidade de remédios que precisa tomar a fim de poder sobreviver em meios aos efeitos colaterais das suas limitações físicas.
Eu o visitei na sua casa no sábado passado. Fui levar fraldas geriátricas. Tem dia em que ele não pode sair à rua por não ter dinheiro para comprá-las.
Hoje voltarei à sua casa. Prestarei mais alguma assistência. Amigos se dispuseram a socorrê-lo. Levarei uma emissora de televisão. Tornaremos conhecido o seu drama. Vamos dar voz a ele e a tantos outros policiais que encontram-se abandonados pelo Estado.
No próximo dia 10 (Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos), levaremos às areias de Copacabana (avenida Princesa Isabel) as fotos de todos os policiais militares mortos este ano. Flores serão depositadas, às 11h30, em cada foto. Contamos com a presença da população do Rio de Janeiro.